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terça-feira

RN acumula 270 assassinatos de mulheres nos sete primeiros meses dos últimos quatros anos

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Dentro de uma tendência mundial assustadora, a violência contra a mulher no Rio Grande do Norte segue preocupante. Estatísticas repassadas nesta semana, quando a Lei Maria da Penha completou 12 anos de existência, revelam um cenário negativo no estado.
Os números do Observatório da Violência (OBVIO) dão conta de 270 mulheres assassinadas no território potiguar entre 1° de janeiro e 6 de agosto destes últimos quatro anos. O levantamento da entidade mostra um quadro de violência no RN – contra as mulheres – que mata.
Segundo dados do Obvio, somente em 2015, crimes de feminicídios (assassinato de mulheres em geral) resultaram em 65 vítimas, isso em pouco mais de sete meses do ano. No mesmo período de 2016, esse tipo de crime teve uma leve redução. A violência contra a mulher resultou em 56 mortes.
No ano seguinte, a quantidade de casos aumentou consideravelmente. O número de assassinatos de mulheres em geral saltou para 84, o que corresponde a um crescimento de 50%. Já no mesmo período deste ano houve uma relativa queda na quantidade de feminicídios.
Foram 65 crimes entre 1° de janeiro e 6 de agosto de 2018, o que significa uma queda de 22,6% em relação ao mesmo período de 2017.
Feminicídios aumentaram mais de 80% no RN de 2015 para 2018
Dentro do quadro de femicídios, o número de feminicídios (assassinato de mulheres por violência doméstica e/ou de gênero) também vem se destacando no Rio Grande do Norte. Esse tipo de crime contra a vida aumentou mais de 80% de 2015 para 2018, segundo o Obvio.
Dados do Observatório dão conta de 11 feminicídios no estado entre 1° de janeiro e 6 de agosto de 2015, contra 16 casos no mesmo período de 2016; 24 em 2017; e 20 assassinatos de mulheres por violência doméstica e/ou de gênero já nestes pouco mais de sete meses de 2018.
Um comparativo feito pela entidade aponta um aumento de 50% de 2016 para 2017 e uma redução de 16,7% do ano passado para cá. Por outro lado, o levantamento do Obvio revela um crescimento de 81,8% na quantidade de feminicídios entre 2015 e 2018.
Anuário da Segurança registra 251 mulheres assassinadas no RN em 2016-2017
A violência letal contra a mulher no Rio Grande do Norte também é constatada por estudos de âmbito nacional. A 12ª edição do Anuário da Segurança Pública divulgada nesta semana dá conta de 251 assassinatos contra vítimas do sexo feminino no estado nos anos de 2016 e 2017.
Segundo a publicação do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, foram 102 mulheres mortas no território potiguar em 2016 e 149 em 2017, o que corresponde a um aumento de 44,7%. Já com relação aos feminicídios registrados no RN, foram 27 em 2016 e 23 em 2017, conforme a pesquisa.
No ranking nacional, o estado potiguar figura na quarta posição com o maior crescimento de mulheres assassinadas, atrás apenas de Roraima (96,7), Ceará (72,6) e Rondônia (48,4).
Especialista critica fragilidade de políticas de segurança para mulheres no RN
Para o especialista e estudioso em segurança pública com atuação no Rio Grande do Norte Ivênio Hermes, há uma fragilidade nas políticas públicas de segurança direcionadas para as mulheres. Ele afirma que não houve uma evolução na resolução do problema, diferentemente do aumento dos crimes.
“Problemas basilares que ocorriam em 2015 continuam ocorrendo em 2018, tais como pequeno número de delegacias de mulheres, falta de acolhimento às mulheres em situação de agressão durante a noite e finais de semana etc.”, analisa, destacando que o RN saiu de 11 casos em 2015 e já alcançou 20 casos em 2018.
Ivênio Hermes chama a atenção para um aumento de quase 82%, o que, segundo ele, mostra “o quão fracas estão sendo as políticas de segurança direcionadas para o gênero feminino”. O especialista lembra que os crimes de feminicídio se dão pelo fato da condição da vítima como mulher e que se relacionam com a violência doméstica ou de gênero.
“Esses problemas se consubstanciam na sustentação da impunidade dos crimes contra as mulheres, gerando um cenário propício para a continuidade do cometimento desse tipo de violência no Rio Grande do Norte”, conclui. 

Fonte: JORNAL DE FATO

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