Laboratórios ficam ultrapassados

Por: Jotta Paiva

Taboleiro Grande - Pelo menos dez computadores, um laboratório completo de química e vários outros equipamentos eletrônicos que deveriam estar à disposição dos alunos deste município estão encaixotados ou em desuso há pelo menos dois anos por falta de estrutura física.No fundo de uma sala comum, várias caixas amontoadas guardam o conhecimento que deveria ser repassado para uma clientela de 140 jovens da Escola Estadual José Cláudio Alves. Os computadores foram encaminhados pelo Governo do Estado em 2007 para iniciar, no município, o processo de inclusão digital.O problema vai além da falta de estrutura. A escola não possui prédio próprio e, por isso, funciona na mesma estrutura da Escola Municipal Abraão Cavalcante Bessa.A confusão começou em 1993, quando a então prefeita Fátima Bessa cedeu ao Governo do Estado o terreno para a construção de uma escola estadual. Como a chefe do Executivo não registrou a doação do terreno, com o passar dos anos a Prefeitura quis reaver o direito sobre o terreno e, junto com ele, a estrutura já construída. Sem outro espaço, a José Cláudio Alves teve de se adequar ao mesmo local em horários distintos. Como o município é pequeno e tem poucos alunos, é possível adequar as turmas, porém impede que tanto a escola do Município quanto a do Estado façam qualquer projeto de expansão.João Moacir, funcionário de ambas as escolas, explicou que por causa desse problema a escola do Estado vem perdendo vários benefícios porque não tem estrutura própria. Além de perder recursos, os objetos já adquiridos são consumidos pelo tempo por falta de uso. Exemplo disso é o laboratório de química, um dos mais modernos do Estado, que está guardado em armários. Entre as várias peças existentes existe um microscópico eletrônico avaliado em mais de R$ 16 mil. Esse equipamento está guardado no chão, dentro de uma pequena caixa de madeira. Outro problema é que muitos dos componentes químicos comprados para as experiências já se venceram, aumentando ainda mais o prejuízo para a escola."O laboratório foi usado uma vez aqui na escola. Quem costuma pedir emprestado é o campus da Uern em Pau dos Ferros", disse João Moacir, explicando que a deficiência é da falta de estrutura física, já que todos os espaços da escola estão ocupados.MOBILIZAÇÃODiante dessas informações, alunos e professores da Escola José Cláudio Alves programaram para sexta-feira, 21, uma mobilização pelas ruas da cidade para chamar atenção das autoridades locais e estaduais. O grupo deve sair em passeata à noite segurando cartazes e faixas de protesto contra a demora na construção de uma nova escola ou da ampliação da atual.
Diretora da Dired diz que nova escola será construídaA diretora da 13ª Diretoria Regional de Educação (DIRED), Raimunda Ferreira Freire, "Mundinha", disse que reconhece a situação, mas garante que tudo já foi encaminhado e será resolvido em breve.Segundo ela, já foi construída uma sala na escola que receberá o laboratório de informática, que funcionará junto com o do Município. "O laboratório só não está pronto porque não foi instalada a central de ar, que já foi comprada e está na escola", completa.Ela disse ainda que a Prefeitura já fez a doação, de forma legal, de um novo terreno, onde será construído novo prédio da Escola José Cláudio Alves, que terá seis salas, seis laboratórios e quadra de esportes. "O secretário estadual de Educação, Ruy Pereira, já abriu a licitação", disse. A obra está orçada em R$ 2.064.45,69 e será executada dentro do programa Brasil Profissionalizado, do Governo Federal."O programa atenderá ainda 81 escolas do Estado, com reforma em seus laboratórios, entre elas três de Apodi, duas em Caraúbas, uma em Severiano Melo e outra em Itaú", finalizou Mundinha.

RODOLFO FERNANDES O município de Rodolfo Fernandes vive o mesmo dilema de Taboleiro Grande. A Escola Estadual 12 de Outubro também funciona no mesmo prédio de uma escola da Prefeitura. Ele também será contemplado com o programa Brasil Profissionalizado, com a construção de uma escola com dez salas e seis laboratórios, orçada em R$ 2.486.373,85.
Fonte: Jornal de Fato