O crescimento das vendas de notebooks e netbooks no Brasil supera em 10 vezes o de computadores de mesa, chamados de desktops. Em 2009, os dispositivos móveis tinham ultrapassado em 4% a venda de desktops. No ano seguinte, a venda foi 43,82% maior, quando representaram 59% do total, apontam dados da Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica (Abinee). O motivo principal para a preferência do consumidor, dizem especialistas, é a mobilidade.
A empresária Andrea Girello é uma das consumidoras que comprova a tese. “Com o notebook, posso levar trabalho para casa. Esse é o principal motivo que me levou a ter o aparelho.” Para ela, mobilidade é tão importante, que já pensa em comprar um netbook. “São menores e mais práticos de serem transportados.”
Mas se a mobilidade é tão importante, o que fez as vendas desses aparelhos crescerem tanto de dois anos para cá? Na opinião de Hugo Valério, diretor da área de informática da Abinee, foi a queda de preços ocorrida após a Lei do Bem, que cortou 9,25% de PIS e Cofins em 2005. “Com a desoneração tributária, as empresas passaram a ter menos custos. Com isso, dá para investir no volume de produção, negociar maiores quantidades, de forma que o custo fixo fique diluído. Ao longo dos últimos anos, o valor dos aparelhos recuaram de 25% a 30%.”
Com isso, o consumidor já pode encontrar notebooks com preços até menores que desktops. “Um computador de mesa custa em torno de R$ 1,5 mil. Já podemos encontrar notebooks por R$ 1 mil”, aponta Daniel Nascimento, analista de suporte da Veus Technology, empresa de serviços na área de tecnologia da informação.
Com o valor diminuindo e a economia aquecida, a procura por esse tipo de conforto subiu muito. “Essa geração, sobretudo a mais nova, não tem muito endereço de trabalho. E muitos lugares oferecem redes de internet. Dá para trabalhar o tempo todo em qualquer lugar”, diz o professor Luiz Carlos de Freitas Júnior, que leciona engenharia da computação da Universidade São Francisco (USF).
Além disso, os notebooks e netbooks são compactos. “Troquei o meu desktop por um notebook em casa porque é mais prático de acomodá-lo e eu ainda posso levá-lo para qualquer lugar”, conta Nadia Aguiar, professora do ensino fundamental.
Fonte: O Estadão
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