Operação Cangueiros cumpriu 28 mandados de prisão, busca e
apreensão. Entre os presos estão proprietários de autoescolas e o diretor do
Detran.
Entre
os presos estão proprietários de Centros de Formação de Condutores e o diretor
do Detran de Mossoró, Jader Luiz Henrique da Costa.
Todos
os 11 detidos foram encaminhados para o quartel da PM em Mossoró.
O
termo "cangueiro", no Nordeste, é usado para definir a pessoa que
dirige mal.
As irregularidades, ainda de acordo
com o MP, aconteciam desde o registro falso da presença dos interessados nas
aulas teóricas das autoescolas à facilidades nos testes escritos, práticos,
psicológicos e exames médicos. Foi divulgado que pessoas analfabetas ou com
algum grau de deficiência visual conseguiram obter autorização para dirigir.
O
MP informou ainda que a fraude envolvia, além do diretor do Detran de Mossoró,
servidores públicos daquele órgão e os proprietários de quatro Centros de
Formação de Condutores.
Na autoescola C.F.C Piloto, um dos
locais onde foram cumpridos mandados de busca e apreensão, a proprietária Djane
Rocha Peixoto contou ao G1 que
foi surpreendida com a chegada dos policiais. "A polícia chegou aqui com o
Ministério Público dizendo que estavam fazendo uma fiscalização", contou.
"Aqui ninguém foi preso, mas levaram alguns documentos da autoescola. Eu
não sei do que se trata", acrescentou.
De
acordo com as investigações, o esquema funcionava com a captação de
interessados à obtenção de CNH, os quais não precisavam assistir às aulas
teóricas e/ou eram favorecidos nas provas escritas e práticas. Em muitos casos,
o MP disse que os gabaritos da prova teórica eram entregues em branco para
posteriormente serem preenchidos pelos integrantes da quadrilha. Além disso, os
aspirantes a condutores tinham acesso antecipadamente aos testes psicológicos e
eram aprovados nos exames de visão ainda que apresentassem algum tipo de
problema que o incapacitasse à aptidão na prova.
Consta
também que a quadrilha possuíam uma tabela com os valores para os
favorecimentos, que iam desde a aulas para o psicoteste, no valor de R$ 200, à
aprovação no teste de volante por R$ 250 e até R$ 4.000 para as demais etapas
do processo. A investigação demonstrou que o principal alvo da quadrilha eram
os analfabetos.
Entre
os crimes praticados estão formação de quadrilha, inserção de dados falsos em
sistema de informação e corrupção passiva e ativa.
A
Operação Cangueiros contou com o apoio de 24 Promotores de Justiça do Grupo de
Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), 120 agentes da Polícia
Rodoviária Federal e de 12 policiais militares.
Fonte: G1
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