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sexta-feira

Disputa por água de açude causa tensão e cria conflito entre cidades no sertão do Ceará

A disputa pela água de um açude para abastecimento colocou em pé de guerra a população de três municípios do sertão cearense. O conflito envolve os municípios de Crateús, Novo Oriente e Quiterianópolis, que lutam pela água do açude Flor do Campo, localizado em Novo Oriente.

O açude --o maior da região do sertão de Crateús-- abastece hoje as cidades de Novo Oriente (por adutora) e Quiterianópolis (por carro-pipa), em situação de emergência pela seca. As duas cidades se uniram e prometem impedir, de qualquer forma, a abertura das comportas.
O governo do Estado informou que, a partir do dia 20, a água do açude deve começar a ser transposta para outro açude de Cratéus, para garantir o abastecimento daquela população. Segundo o governo, o município deve entrar em colapso no início do próximo mês.
O problema alegado pelos moradores de Novo Oriente e Quiterianópolis é que o açude tem capacidade de 111 milhões de metros cúbicos, mas está com cerca de 15% de sua capacidade --16 milhões. Desse total, 7 milhões de m³ serão liberados para Crateús, segundo o governo do Estado.
Com a transposição das águas, os moradores das duas cidades hoje abastecidas alegam que, além de haver perda de 70% do total que será retirado do açude, haverá, em breve, um desabastecimento das duas localidades.


Protestos



O anúncio do governo de abertura de comportas, no mês passado, gerou uma série de protestos da população. Temendo problemas de abastecimento num futuro próximo, moradores e autoridades se reuniram e montaram o "Comitê pela Liberação da Água do Açude Flor do Campo Através se Adutora." Uma série de manifestações está prevista.
Segundo o agrônomo Claudino Sales, a água será liberada do açude pelo leito do rio Poti. "Desse modo ocorre muita perda por infiltração, e apenas 30% do que é liberado chegará a Crateús. Queremos a liberação através de adutora, pois assim não ocorre perdas por infiltração no solo do rio que esta seco", disse.
Diante da situação, o agrônomo explicou que os moradores estão mobilizados e vão realizar manifestações na próxima semana e levar o caso ao MP (Ministério Público Estadual), por meio de um abaixo-assinado. "Vamos fazer também uma passeata. Populares afirmam que Cogerh só tira a água do açude dessa forma [sem adutora] à força", informou.

Fonte: Uol

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