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quinta-feira

Advogado suspeito de matar empresária no Ceará pagou velório com cartão da vítima, diz empresa funerária

Aldemir Pessoa Júnior teria pedido a filho da vítima que digitasse a senha do cartão para completar a transação, estimada em R$ 5.300,00.
Prestes a completar um mês, o caso da morte da empresária cearense Jamile de Oliveira Correia teve uma nova informação anexada aos autos: a vítima é quem teria pago pelo seu próprio velório. Segundo a investigação, o namorado de Jamile, o advogado Aldemir Pessoa Júnior, suspeito de cometer feminicídio, usou o cartão da empresária para pagar pelo serviço. O proprietário da empresa responsável pelo funeral contou à polícia detalhes sobre a transação.
Jamile foi atingida por um disparo de arma de fogo na noite do dia 29 de agosto. O caso, a princípio tratado como suicídio, passou a ser considerado um possível feminicídio. O principal suspeito é Aldemir Pessoa Júnior. No dia do tiro, a mulher foi levada pelo filho dela, de 14 anos, e Aldemir, ao Instituto Doutor José Frota (IJF), mas morreu na manhã do dia 31 de agosto. Vídeos de câmeras de segurança foram fundamentais para a reviravolta do caso. As imagens mostram a empresária sendo agredida pelo namorado dentro do carro, no estacionamento do prédio onde morava. Momentos depois, o advogado é visto carregando a mulher ferida do apartamento até o elevador.
Nos autos consta que, nesta semana, o genro da proprietária da funerária compareceu ao 2º Distrito Policial, no Bairro Aldeota, e declarou que Aldemir Pessoa Júnior pagou R$ 5.300 pelo serviço, no dia 1º de setembro, com um cartão. O valor foi debitado da conta da empresária.
Velório ocorreu em lugar 'chique', teria dito advogado.
Em um áudio que circula nas redes sociais supostamente atribuído ao advogado, ele convida as amigas de Jamile para o velório e ressalta ter escolhido o local de acordo com o estilo de vida que o casal levava: "o lugar era o que ele merece, estilo onde ela mora, chique do mesmo jeito. Estou levando o amor da minha vida e a amiga de vocês para essa última despedida", disse.
O pagamento foi realizado no apartamento de Jamile, mesmo lugar onde ela foi baleada. De acordo com o inquérito, Aldemir Pessoa Júnior pediu ao filho da empresária que ele colocasse a senha para concretizar a transação. O comprovante do pagamento foi entregue à polícia. O adolescente confirmou que o velório foi pago pela própria mãe e acrescentou que o suspeito costumava usar dinheiro de Jamile em benefício próprio.
Questionada sobre o pagamento do velório, a defesa do suspeito informou não ter oficialmente esta informação e, por isso, neste momento, não poderiam se posicionar sobre ela. A Polícia Civil chegou a pedir a prisão temporária de Aldemir, mas a Justiça cearense negou o pedido alegando que não há motivos para manter o advogado sob custódia.

Fonte: G1

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