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segunda-feira

Mãe de bebê que venceu cardiopatia luta por UTI neonatal no Seridó RN

Sara Lis foi diagnosticada com cardiopatia congênita com apenas 8 dias de vida e precisou ser transferida às pressas para outra cidade porque em Caicó não havia leito de UTI neonatal
Sara Lis, bebê de 8 meses que venceu uma cardiopatia no coração após duas cirurgias, recebeu alta na última quinta-feira 17, e já está em casa com a família, em Caicó, no Seridó potiguar. Sara ficou doente com apenas 8 dias de vida, quando, após ser amamentada pela mãe, começou a vomitar em jatos e ficar roxa. Após ser levada para um hospital em Caicó, Sarinha precisou ser transferida às pressas para Santa Cruz, porque na cidade não existia Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal.
Após tantos meses lutando pela vida da filha, a mãe, Maria Cirilo, pretende lutar agora para que seja instalada uma UTI neonatal em Caicó.
“Eu planejo mobilizar as pessoas, a população da cidade, para cobrar dos governantes, do prefeito, e trazer essa UTI neonatal aqui para o município. Temos hospital público e, praticamente, todos os pacientes de cidades vizinhas são encaminhados para cá. Provavelmente será assim também quando passar a existir a UTI neo. Há muito tempo deveria existir, antes mesmo de eu ser mãe, sempre tive em mente que era inaceitável não ter uma UTI neo aqui”, relatou.
Maria agora planeja utilizar as mídias sociais e os meios de comunicação para que esse apelo chegue ao poder público. Ela conta que já viu outros casos de bebês que precisavam de uma UTI na cidade mas que, infelizmente, não resistiram.
Outra preocupação da mãe é pela disponibilização do exame ecocardiograma fetal, que possibilita identificar problemas no coração do bebê ainda durante o pré-natal. Maria conta que, se soubesse da existência desse exame, não teria sido pega de surpresa com o problema de saúde da filha Sara.
“Não é acessível para todos, nem todo mundo tem condições porque é caro, mas o que eu puder fazer eu vou fazer. O que eu tenho para tentar conseguir é usar minha voz, e também de toda a população”, disse. Ela também aproveita para agradecer à Associação Amigos do Coração (Amico), onde ficou hospedada com Sara Lis no pós-operatório.
“Outra pretensão é conseguir apoio para Amico com as empresas locais, é uma instituição que merece e precisa muito. Eu sou prova, juntamente com minha filha, que no mês que passamos na casa de apoio fomos assistidas em tudo, e tivemos total atenção, zelo por toda equipe. Nada faltou, desde fraldas, alimentação, medicamentos a tudo que necessitamos”, contou.
A história de luta e vitória de Sara Lis foi contada pelo Agora RN em fevereiro. Com apenas 8 dias de vida, os pais da bebê descobriram que Sara tinha uma doença rara, uma cardiopatia congênita grave. “A cardiopatia acontece quando o bebê está sendo gerado na barriga da mãe e desenvolve uma má formação no coração. Essa má formação pode ser de vários tipos, o de Sara Lis é uma interrupção no arco da aorta: ele chegava em determinado ponto e parava, não continuava, como é o normal. Ela teve uma sepse, uma infecção muito grave, a demanda de sangue para os membros inferiores não foi normal e os órgãos começaram a parar”, explicou a mãe.
Os médicos disseram aos pais que estavam fazendo tudo o que era possível, mas que não poderiam garantir a sobrevivência da bebê. Nesse momento, a família de Sara começou uma corrente de oração pela vida da criança. “Nós somos cristãos, e a gente começou a pedir a todas as igrejas para fazer campanha de oração pela vida de Sara Lis. Até pessoas que não conheciam ela, de outras cidades, no Ceará e em São Paulo, tinha pessoas orando. Foi uma corrente de oração muito grande”, relatou Maria.
Após 21 dias tratando a infecção em Santa Cruz, Sara foi transferida para o Hospital Riogrande, em Natal, onde foi atendida pela equipe do médico cirurgião Madson Vidal para fazer a cirurgia no coração. Em 3 de agosto do ano passado, Sara passou pela primeira cirurgia, mas como ela ainda era muito nova, foi apenas um procedimento paliativo.
“Como ela era uma bebê, não dava pra fazer uma cirurgia corretiva, porque era uma cirurgia muito longa, então eles estudaram o caso e decidiram fazer uma cirurgia paliativa e depois ela retornava para fazer a corretiva, porque eles queriam que ela ganhasse peso e idade”, contou a mãe.
No dia 26 de janeiro deste ano, a pequena passou pela cirurgia corretiva. Um procedimento que durou 7 horas, em que o corpo dela foi esfriado à temperatura de 14 graus para que os órgãos ficassem adormecidos, e a circulação do sangue foi interrompida. A mãe relembra que se apegou à fé e ficou de joelhos na porta do centro cirúrgico.
“Eu fiquei na porta do centro cirúrgico de joelhos orando, clamando a Deus pra que ele me desse oportunidade de poder vê-la sorrindo, feliz e de criá-la, porque o desejo de uma mãe é criar o seu filho, vê-lo com vida e com saúde. A minha gratidão a Deus é enorme, porque Sara Lis é um milagre, por tudo que ela já passou, ela é um milagre. A gente sempre costuma dizer ‘Sara Lis é nossa princesa, linda e guerreira'”, narrou.
As orações da mãe funcionaram: a cirurgia deu certo e no dia 15 de fevereiro Sara recebeu alta. Ficou um tempo na casa de apoio da Associação Amigos do Coração (Amico), onde a família teve um espaço com estrutura adequada para o pós-operatório, com a assistência de todos os profissionais que fazem parte da organização para a recuperação da pequena.

Fonte: Agora RN

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