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sexta-feira

Assessor empresarial é baleado por PM durante briga por política em igreja de Goiânia

Vítima foi atingida na perna, passou por cirurgia e está internada, segundo irmão. Polícia Militar informou que cabo da corporação estava de folga e se apresentou espontaneamente para prestar depoimento.
O assessor empresarial Davi Augusto de Souza, de 40 anos, foi baleado na perna dentro da Igreja Congregação Cristã no Brasil, em Goiânia, por causa de uma discussão política com o cabo da Polícia Militar Vitor da Silva Lopes. Segundo o irmão do consultor, que estava no templo, a briga se desencadeou após um debate sobre apoio e voto em candidatos de esquerda e de direita.
O g1 ligou para o cabo Vitor da Silva Lopes às 9h20 desta sexta-feira (2), mas as ligações não foram atendidas. Também foram enviadas mensagens com pedidos de defesa, que não foram respondidas até a última atualização desta reportagem.
A Polícia Militar informou em nota, nesta sexta-feira, que o cabo da corporação estava de folga no dia da briga, que aconteceu na última quarta-feira (31), no Bairro Finsocial.
"Assim que a Polícia Militar tomou conhecimento do caso, determinou a instauração de procedimento administrativo disciplinar para apurar as circunstâncias do fato. Informamos ainda, que o policial militar apresentou de forma espontânea na delegacia de polícia civil para os procedimentos cabíveis", diz a nota.
Davi Augusto de Souza está internado em Goiânia, passou por cirurgia na perna e segue estável, segundo o irmão.
O boletim de ocorrência foi registrado por agressão por arma de fogo e lesão corporal culposa, quando não há intenção de machucar a pessoa agredida. No documento, estão apenas as versões dos policiais militares que atenderam a ocorrência.
"No local, segundo informações, houve uma discussão entre dois indivíduos e o cabo Vitor da Silva Lopes. Os indivíduos tentaram entrar em luta corporal com o policial, que para se desvencilhar de um deles efetuou um disparo que alvejou a perna do envolvido", relata o documento.
O motorista de aplicativo Daniel Augusto de Souza, de 45 anos, irmão da vítima, contesta a versão do cabo da PM. Ele estava na igreja no momento da discussão.
"Meu irmão saiu para beber água e o policial também. Do lado de fora, meu irmão, o policial e outra pessoa começaram um debate sobre quem da igreja apoia ou não o governo, que os membros não deveriam votar na esquerda, como indicaram os líderes", relata o motorista.
O g1 não conseguiu contato com a Igreja Congregação Cristã no Brasil.

Política na igreja
Daniel Augusto contou que a briga e o tiro são, na verdade, resultado da entrada da política na igreja, que vem acontecendo há algumas semanas.
"O problema foi a entrada da política na igreja, que começou com essa guerra entre quem apoia ou não o governo. Um líder começou a fazer política durante um culto e dizer que os membros não deveriam votar em candidatos de esquerda, que chamou de 'vermelhos'", explicou Daniel.
No momento de indicação de votos, o motorista disse que levantou a mão e argumentou que a igreja não é lugar para fazer política. "Nenhum político doa dinheiro para igreja, para que falar de voto, então?", questionou.
"A partir daí, virou uma confusão séria. Os líderes se reuniram para avaliar o que ia ser feito com isso e no dia de uma reunião sobre o tema, aconteceu essa discussão e o tiro contra o meu irmão", lamentou Daniel.

Fonte: G1

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