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quarta-feira

Ele tomou choque surreal em poste: 'Morri por segundos e perdi a orelha'

O técnico de instalação em fibra ótica que sofreu uma descarga elétrica de 13 mil volts enquanto fazia manutenção em um poste no bairro Vila São Paulo, na cidade de Bauru (SP), em dezembro do ano passado, recebeu alta do hospital e diz que sobreviveu "por um milagre”.
Rodrigo Moraes da Silva, 40, estava internado em estado grave no Hospital Estadual de Bauru e foi mantido por várias semanas em coma induzido por conta dos ferimentos. Em entrevista ao UOL, ele conta que a recuperação não está sendo nada fácil e que, por conta das sequelas do acidente, mal consegue respirar direito.
Um vídeo que circulou nas redes sociais em dezembro do ano passado mostra o momento em que Rodrigo, colaborador de uma empresa terceirizada que presta serviços para uma operadora de internet, recebe uma descarga elétrica enquanto realizava um serviço de manutenção na rede em Bauru (SP). É possível ver suas roupas pegando fogo no momento do acidente.
Nas imagens, fica claro que Rodrigo chega a desmaiar e, por um tempo, permanece inconsciente. Mas, à medida que sua roupa se incendeia, ele recupera a consciência e, num esforço evidente, consegue se soltar dos cabos elétricos e descer a escada.
“Esse foi o momento em que morri por alguns segundos. Na hora que levei a descarga elétrica, eu tinha na minha mente que eu já estava morrendo. Daí desmaiei. Nem sei como consegui me soltar e descer do poste. Foi um milagre eu ter voltado à vida, porque eu sei que o meu coração parou de bater por um tempo lá em cima.”

EPI não resistiu
Rodrigo se lembra bem do momento do acidente. Ele subiu na escada, com um equipamento básico de proteção, para mexer em um cabo de fibra ótica, que não oferece risco de choque. Porém, ele não esperava se deparar com um cabo deixado solto no poste, sem proteção, pela companhia elétrica.
"Foi nesse cabo que eu encostei. Um cabo 'terra' onde passam 13 mil volts de carga elétrica. Ele devia estar enroladinho, protegido, mas estava exposto e eu não vi. Hoje não sei dizer se a dor foi pior na hora ou se agora, que estou me recuperando”.
Nas imagens do vídeo que circulou, a percepção é de que Rodrigo não está usando EPI (Equipamento de Proteção Individual). Mas, segundo ele, isso não é verdade. O capacete que ele estava usando, por exemplo, ficou todo chamuscado, a trava de segurança derreteu logo que ele levou a primeira descarga e caiu ao chão.
As luvas isolantes, segundo ele, não eram de boa qualidade, pois além de não impedirem a descarga elétrica de atingi-lo, simplesmente entraram em combustão. "Eu estava com todos os EPIs que a empresa fornecia, achando que aquilo ia me proteger. Só que era tudo de péssima qualidade", declarou.
Rodrigo nasceu e foi criado em Bauru e é casado há três anos, pela segunda vez, com a cuidadora Viviane Cristina Silva, 45. Com a primeira esposa, teve dois filhos. E, até o dia do acidente, era o esteio da nova família, onde o técnico passou a cuidar também de seis enteados.
“Eu sempre fui muito trabalhador e assumi o papel de provedor desde muito cedo. Só que agora estou sem escolha. Depois de passar tantos meses no hospital, me deram alta sem eu ter melhorado. Eu tenho que tomar remédio para dor e também para não dar problema nos enxertos que tive que fazer. Não consigo andar direito, porque a pele e os músculos repuxam. Também não consigo respirar bem, fico o tempo todo soltando uma secreção escura.”

Fonte: Uol

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