O garoto de 5 anos que teve o órgão genital decepado pelo padrasto no município de Canindé, no interior do Ceará, teve que mudar de cidade por medo de represália da família do suspeito e da mãe, que também é investigada pelo caso.
"Larguei tudo! Tive que mudar de cidade e ir embora com ele e com a minha família, por questões de segurança. Não tinha mais nem clima para a gente continuar lá", disse o pai da criança, que também terá a identidade preservada.
O suspeito do crime, de 26 anos, foi preso em flagrante e indiciado por lesão corporal grave. Já a mãe do menino, de 27 anos, foi autuada por omissão, mas está em liberdade.
O inquérito que investiga o crime cometido contra a criança foi finalizado pela Polícia Civil e remetido ao Poder Judiciário. O pai estava com a guarda provisória do menino e lutava na Justiça para conseguir a guarda definitiva.
Rodrigo Colares Freire, advogado do pai e da criança, e especialista em direito de família, disse que conseguiu modificação no formato da guarda, que agora é unilateral em favor do pai.
"Somente ele poderá tomar as decisões referentes ao filho. Conseguimos, ainda, proibir qualquer tipo de convivência entre o padrasto e o menor e a criança e a mãe", disse o especialista em nota enviada ao g1.
A mãe da criança ainda deverá pagar pensão alimentícia a ele, sob pena de prisão. Outra decisão é que a família materna poderá ver o menor se for de forma supervisionada pelo pai.
Caso descoberto no hospital
A mutilação sofrida pelo garoto foi descoberta no dia 6 de dezembro, após ele dar entrada no Hospital Instituto Doutor José Frota (IJF), em Fortaleza, com o órgão genital dilacerado e parte do membro em um isopor. O pai só foi informado no dia seguinte, quando a polícia entrou em contato com ele.
O garoto teve o órgão genital reimplantado no mesmo dia em que deu entrada no hospital e ficou internado na unidade em recuperação por cerca de duas semanas.
"No hospital ela [mãe] deu três versões. Disse que meu filho tinha se ferido com um arame de caderno, falou que foi uma picada de mosquito e depois alergia. Mais os médicos desconfiaram e avisaram a polícia. Só um dia depois eu fiquei sabendo o que tinha acontecido com meu filho e ainda foi pela polícia", Falou o pai da vítima.
O homem não morava na mesma cidade que a ex, com quem teve um caso, mas constantemente entrava em contato com a família dela para ter notícias do filho. Segundo ele, foi através da família materna que começou a desconfiar dos maus-tratos sofridos pelo menino. Por conta disso, ele já tinha registrado um Boletim de Ocorrência contra a mãe.
"Eu sempre ligava, tentava ver ele pessoalmente, mas ela boatava dificuldade. Quando soube que ele estava sendo maltratado pelo padrasto eu denunciei para a polícia, mas nada foi feito. Aí a família dela me procurou para desmentir a denúncia, que meu filho nunca tinha sido agredido. Na época eu preferi acreditar na mãe, porque jamais imaginei que ela poderia deixar alguém ferir ele", relatou o homem.
Fonte: G1
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