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terça-feira

Milionário da Mega-Sena: relembre do assassinato do vencedor da Mega e da condenação do réu

Miguel Ferreira Oliveira, vencedor da Mega-Sena, foi morto em 2018 a tiros em um bar. José Ademir Soares da Silva, foi condenado nesta segunda-feira por fornecer a arma usada no crime.
O empresário Miguel Ferreira Oliveira foi assassinado a tiros na madrugada do dia 4 de fevereiro de 2018, em Campo Sales, a 480 km de Fortaleza. Miguel Ferreira havia ganhado um prêmio de R$ 39 milhões na Mega-Sena, em um sorteio realizado no ano de 2011. Na época, o delegado à frente das investigações, Bruno Fonseca, afirmou que ele estava em São Paulo e retornou para o Ceará.
O milionário era recém-separado e vivia na cidade com os dois filhos, na época de 18 e 20 anos.
Miguel Ferreira atuava como empresário do ramo de aluguéis de imóveis. Segundo informações de amigos, ele era proprietário de mais de 130 imóveis no município, além de uma academia de ginástica que funciona em frente à casa dele. A polícia informou, ainda, que a vítima possuía passagens por embriaguez ao volante e desacato.
Em entrevista à TV Verdes Mares em 2018, testemunhas relataram que o assassino "veio para matar mesmo". "Só ouvi os tiros, quando dei fé, o homem estava morto na mesa. E o cara que atirou saiu e ninguém deu notícia para onde esse homem correu. O cara já veio para matar mesmo", afirmou uma pessoa que preferiu não se identificar.

Áudio para amigo antes de morrer
Dias após a morte do empresário, a polícia descobriu que Miguel Ferreira enviou mensagens de áudio para um amigo minutos antes de ser assassinado.
O amigo era o major Manoel Pinheiro, que afirmou durante depoimento à polícia não ter ideia do que pode ter acontecido naquela noite. Segundo o major, o milionário ligou 13 vezes na madrugada.
"Ele mandou áudio um pouco aflito, pedindo para eu atender'', disse. “Pô, capitão, me atende”, dizia a mensagem.
“Tínhamos uma relação muito próxima. Nesse dia, ele ligou chamando para o local. Não fui, era muito tarde da noite, e eu sou casado, tenho esposa e filha, não podia ir assim, sem nenhuma justificativa”, conta Pinheiro.

Boêmio e reservado
O amigo afirmou ao g1 em 2018 que a amizade dos dois começou em 2011, com a chegada de Miguel a Campos Sales, vindo de São Paulo. O policial descreveu o amigo como um homem “tranquilo, reservado”.
“Ele gostava de usufruir do prêmio. Era boêmio, saía, tomava cerveja, andava em carro bom. Gostava de fazer coisas de uma pessoa que tem uma vida financeiramente resolvida. Não era violento, era reservado. Ele sempre pedia conselho, me consultava”, descreve o amigo.

Prisão e morte de executor do crime
Mais de um ano depois do crime, em abril de 2019, a polícia prendeu Antônio Pedro dos Santos, apontado nas investigações como executor do crime. Ele tinha 29 anos quando foi detido. Após buscas, policiais localizaram e cercaram a residência de Pedro. Ao perceber a presença dos agentes de segurança onde estava escondido, ele tentou fugir, mas foi capturado
Em junho de 2020, um homem investigado pela morte do empresário foi assassinado a tiros em Campos Sales. O corpo da vítima foi encontrado junto ao de outro homem, que também tinha lesões provocadas por disparos de arma de fogo.
Antônio Pedro dos Santos, 30 anos, havia sido preso em maio de 2019, suspeito do crime. A Secretaria da Segurança Pública afirmou na época que, além de Pedro, também foi encontrado morto Israel Antonio Paz de Sousa, de 20 anos. Um inquérito policial foi instaurado.

Condenação de réu
O réu por participar do assassinato foi condenado a sete anos de prisão em regime semiaberto nesta segunda-feira (2). José Ademir Soares da Silva foi condenado por fornecer a arma usada no crime. O julgamento aconteceu na cidade do Crato, no Cariri cearense. José Ademir pode recorrer em liberdade.
Conforme denúncia do Ministério Público do Ceará, no dia do crime, José Ademir teria adentrado na pizzaria onde Miguel participava de uma festa e efetuado três disparos de arma de fogo, resultando na morte da vítima. No entanto, os jurados entenderam que o réu apenas forneceu a arma usada no crime. Não há informações sobre quem teria atirado contra Miguel.
A defesa de José Ademir argumentou, inicialmente, pela nulidade e retirada dos autos do laudo de microcomparação balística, alegando a existência de vícios na perícia criminal. Também insistiu na ausência de provas suficientes para justificar a pronúncia por homicídio qualificado de paga ou promessa de recompensa.
O crime teria sido encomendado por Francisco Costa Torres Júnior, que também chegou a ser pronunciado pela Vara Única da Comarca de Campo Sales. No entanto, a defesa recorreu da decisão de levá-lo a júri popular e o processo está em grau de recurso especial no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Como o réu já estava preso há 2 anos e 6 meses, foi expedido alvará de soltura e concedido o direito de recorrer em liberdade.

Fonte: G1

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