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segunda-feira

Ações de ‘justiceiros’ crescem em todo o RN e desafiam a Polícia

Exercício arbitrário das próprias razões. A ação consiste em ordenar ou executar medida sem as formalidades legais. Em outras palavras, agir por conta própria ou fazer justiça com as próprias mãos. Essa prática vem se tornando cada vez mais frequente e em vez de reduzir, vem aumentando a violência no país. 
Com a justificativa de não ter policiamento, ou que a justiça não funciona, a população vem cometendo atos, considerados pelas autoridades como de selvageria e retrocesso. Vários casos envolvendo um grupo intitulado de ‘Justiceiros’ vem agindo no Rio Grande do Norte e o registro de vítimas inocentes vem preocupando as autoridades. 
Os casos mais recentes no Estado de vítimas de justiceiros foram registrados nesta semana. Na noite de terça-feira, 11, na cidade de São José de Mibipu, um servente de pedreiro confundido com um ladrão foi detido por vigilantes de rua, amarrado pelos moradores e brutalmente espancado a socos e pontapés durante toda a noite. A vítima teve que ser internada devido à gravidade do espancamento e ao final ficou comprovado que se tratava de um inocente. No dia seguinte, em Natal, adolescentes suspeitos de praticar um assalto foram detidos pela população em Natal, amarrados e espancados em via pública. 
Segundo o delegado titular da Delegacia Especializada em Homicídios de Mossoró (DEHOM), Claiton Pinho, há que se ter muita cautela ao atribuir a alguém a autoria de um crime, porque em muitos casos pessoas inocentes são punidas. “Não se justifica agir por conta própria e alegar ausência do poder público, esse tipo de atitude só gera mais violência”, frisou. 
Claiton Pinho cita um caso típico de Justiça com as próprias mãos que comoveu a população de Mossoró e acabou por tirar a vida de duas pessoas inocentes. O caso aconteceu na noite do dia 11 de novembro do ano passado quando um pai tentou vingar um crime de estupro contra sua filha menor indo até a casa do suspeito e matá-lo. Na ação matou uma criança de dois anos de idade e um maior de idade que também nada tinha a ver com o caso. 
Segundo o delegado, em vez de tentar fazer justiça por conta própria o que se deve fazer é cobrar dos governos providências. “O correto é cobrar a criação de políticas públicas que venham a garantir a segurança porque quando se resolve fazer a justiça por si mesmo o que está na verdade fazendo é contribuindo para o aumento da violência”, completou. 

Criança de dois anos e adultos são mortos por ação de ‘justiceiro’ 
Um dos casos que chocou a população de Mossoró e do Estado aconteceu na noite do dia 9 de novembro de 2013, no bairro Planalto 13 de Maio. Uma criança de apenas dois anos e sete meses de idade e uma pessoa maior de idade morreram inocentemente. As vítimas foram: Léo Jackson Fernandes Silva, dois anos, e Marcelo Augusto Nascimento e Silva, 19 anos, jardineiro, morador da Rua Alameda dos Cajueiros. 
Para o delegado Claiton Pinho, esse foi um caso típico de violência que foi motivada pela ideia de que se pode fazer justiça com as próprias mãos. O suspeito de cometer o duplo homicídio matando duas pessoas inocentes pretendia tirar a vida de um jovem que segundo o atirador teria violentado sua filha. O suspeito do estupro ficou apenas ferido e o atirador passou a ser um criminoso e está foragido da Justiça desde a data da ocorrência. 
Na ocasião, o pai da criança de dois anos morta da ação, Antônio Lindjackson Fernandes Oliveira, 25 anos, concedeu entrevista à GAZETA DO OESTE. Na ocasião, ele disse à reportagem que estava muito abalado com a perda do filho. Falou sobre o que aconteceu na noite do crime. "Sou uma pessoa honesta, trabalhador e Marcelo (outro jovem morto) também era. A pessoa que eles queriam matar foi atingida de raspão no ombro, mas eu perdi o meu querido filho", disse, emocionado. 

Fonte: Blog Sentinela via Gazeta do Oeste

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