No dia 1º de novembro, um grupo de moradores da favela Chapéu Mangueira, na praia do Leme, na zona sul do Rio de Janeiro, desceu o morro arrastando em um lençol ensanguentado o jovem Jonas Jesus de Souza, 20, baleado durante tiroteio entre criminosos e policiais militares. Ele não foi socorrido pelos PMs e morreu no hospital, cerca de duas horas depois, após ser levado até lá de ônibus.
O atestado que confirmou o óbito de Jonas, militar e pai de um menino de 1 ano, acrescentou mais uma vítima às estatísticas de pessoas mortas pela polícia no Estado do Rio de Janeiro, número que tem crescido mês a mês desde o começo do ano, de acordo com dados do ISP (Instituto de Segurança Pública).
Entre janeiro e setembro, último dado disponível, já foram registradas 635 mortes contra 645 em todo ano passado.
Considerando os últimos dez anos, a polícia no Estado foi responsável pela morte de 8.052 pessoas –no mesmo período, entre 2006 e 2015, 4.526 pessoas foram mortas pelas polícias dos 50 Estados dos EUA, conforme dados do FBI (Federal Bureau of Investigation), 56,3% dos mortos pela polícia fluminense.
No Rio, onde vivem, de acordo com o IBGE, 16 milhões de pessoas, a taxa de mortes em decorrência de intervenção policial por 100 mil habitantes --índice geralmente usado para aferir a criminalidade e comparar crimes em regiões diferentes--, foi de 3,9 em 2015.
Nos EUA, onde a CIA (Central Intelligence Agency) registra cerca de 324 milhões de habitantes, a taxa no ano passado ficou em 0,19.
Fonte: Uol
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