Em entrevista exclusiva, Mikael Dolsten, líder científico da Pfizer, fala sobre os planos ambiciosos da empresa para controlar a pandemia de coronavírus.
A aprovação de uma vacina eficaz contra o novo coronavírus é certamente o anúncio mais esperado do ano. A boa notícia é que cada dia que passa, estamos mais perto disso acontecer. Em movimento inédito na história da ciência, seis meses após o início da pandemia, 136 opções de imunizantes estão em desenvolvimento. Entre elas, dez já estão na fase de testes clínicos em humanos. Na edição desta semana, VEJA se debruça sobre essas pesquisas, inclusive sobre a inclusão do Brasil na fase mais avançada e mais importante de estudos clínicos sobre imunizantes, que busca comprovar sua eficácia.
Nessa busca, VEJA ouviu líderes e especialistas de empresas e instituições de pesquisa que estão à frente destes esforços avançados. Um destes especialistas é Mikael Dousten, líder científico e presidente mundial de pesquisa, desenvolvimento e medicina da gigante farmacêutica americana Pfizer. Em estratégia única, ambiciosa e inovadora, a Pfizer já iniciou a fase de testes em humanos de não apenas uma, mas de quatro opções de vacina, na expectativa de escolher a mais segura e eficaz. Todas foram desenvolvidas em parceria com a BioNTech, empresa alemã de biotecnologia, e usa a inovadora técnica de mRNA, ou RNA mensageiro.
A empresa está entre os cinco projetos selecionados pelo programa Operation Warp Speed do governo dos EUA para receber bilhões de dólares em financiamento e apoio federal antes mesmo de haver provas de que as vacinas funcionam. Além da vacina, a Pfizer também está dedicada em encontrar tratamentos eficazes contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, e não poupa esforços nem investimentos nesta empreitada.
A previsão é gastar até 1 bilhões de dólares (cerca de 5 bilhões de reais) ainda este ano para desenvolver e fabricar uma potencial vacina. Mesmo antes de saber se uma de suas opções de vacina irá funcionar, a empresa já começou a preparar a linha de produção. Apenas nas fábricas e na compra de matéria-prima, o investimento foi de 250 milhões de dólares. Além disso, a empresa garantiu que o retorno do investimento não desempenhará um papel em seus esforços contra a Covid-19.
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Fonte: Veja
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