Vítima |
A morte de Albertina só foi descoberta na manhã de quarta-feira (6) pela filha mais velha da vítima, que encontrou o corpo da mãe coberto por um lençol em um banheiro da casa onde residia com a família, no bairro Iririú.
A mulher acionou a Polícia Militar (PM) e contou que encontrou o corpo trancado dentro da casa, depois de ter chamado um chaveiro para ajudá-la a abrir o imóvel, já suspeitando que algo poderia ter acontecido. A suspeita ocorreu porque a mãe era presente na vida da família e estava há cerca de quatro dias sem contato.
À polícia, a testemunha relatou ainda que havia sido levado da residência duas televisões de 50 polegadas, além do carro de Albertina, um Chevrolet Onix. Segundo os militares, ela também informou que seu irmão, que morava na casa com a mãe, não tinha sido localizado. Agentes do 8º Batalhão de Polícia Militar de Joinville fizeram rondas ao longo do dia em busca do veículo e do filho da vítima.
Por volta das 16h do mesmo dia, a guarnição encontrou o carro na Zona Leste da cidade. Quando os policiais tentaram abordar os ocupantes do carro, eles tentaram fugir dentro de um cemitério. Os três suspeitos — dois deles adolescentes (sem participação no crime) — foram localizados em seguida com apoio do helicóptero Águia da Polícia Militar. Um deles era o filho de Albertina.
Segundo a PM, Leonardo possui passagens por furto e lesão corporal e, quando perguntado, confessou aos policiais ter matado a mãe por asfixia ainda no sábado. Ele afirmou também que depois do crime voltou à casa dias depois para buscar alguns pertences. O mesmo relato foi feito com riqueza de detalhes pelo jovem em depoimento ao delegado de Polícia Civil, Roberto Patella Júnior, que liderou os procedimentos da prisão em flagrante.
"Ele tinha um desentendimento frequente com a mãe, relatado inclusive por testemunhas, no qual ela mantinha sempre a porta do quarto dela trancada quando estava em casa para evitar que ele entrasse lá, porque ela tinha medo dele. O crime ocorreu durante uma dessas discussões", aponta.
Suspeito realizou festa para amigos na casa
Segundo o delegado, no depoimento Leonardo não demonstrou arrependimento e disse que, em determinadas ocasiões, quando ele fica nervoso, sente uma raiva excessiva. Foi o que teria resultado no crime.
"Ele se valeu que a mãe se virou de costas e deu um mata-leão nela. Conforme Leonardo contou, ela não esboçou reação, não gritou. Quando percebeu, ela já estava morta. Ele cobriu o corpo dela, trancou o quarto e furtou os dois televisores da residência para vendê-los", afirma o delegado.
O jovem ressaltou em depoimento que o assassinato não teve nenhuma motivação patrimonial e ocorreu em função da discussão. Conforme a polícia apurou, depois da morte o rapaz seguiu a vida normalmente e, inclusive, realizou festas durante o final de semana para os amigos na residência, onde foram ingeridas bebidas alcoólicas.
No mesmo fim de semana, a irmã dele e o marido chegaram a ir até a residência, mas como não viram o carro de Albertina e a porta do quarto estava trancada, pensaram que ela não estivesse em casa. Na ocasião, o suspeito informou à família que não sabia do paradeiro da mãe.
O caso é tratado como homicídio qualificado. "O crime foi por motivo fútil e também tem como agravante a morte por asfixia, a idade da vítima [já idosa], e pela morte se enquadrar num caso de feminicídio, devido ao fato dela ser mulher e o crime ter sido praticado no seio familiar", completa o delegado.
A Delegacia de Homicídios de Joinville dará continuidade às investigações e está acompanhando a evolução das requisições judiciais e ministeriais do homicídio. Leonardo Schmitz Tasca está preso no Presídio Regional de Joinville.
Fonte: Uol
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