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quarta-feira

Pai e filho mortos a caminho de escola teriam sido confundidos com assaltantes

Crime aconteceu em agosto de 2023 na região metropolitana de Fortaleza. Segundo denúncia do MP, homicídio contra adolescente foi encomendado e atingiu alvo errado.
A morte de pai e filho assassinados quando estavam a caminho da escola pode ter sido motivada por um engano na execução de um crime por encomenda, na Grande Fortaleza. Dois policiais militares teriam errado o alvo ao tentar matar um adolescente que havia assaltado uma empresa, diz denúncia do Ministério Público do Ceará.
O g1 teve acesso ao documento do processo, que corre em segredo de Justiça. O crime aconteceu no dia 18 de agosto de 2023, no município de Eusébio, na região metropolitana de Fortaleza. As vítimas foram Francisco Adriano da Silva, de 42 anos, e o filho Francisco Gabriel da Silva, de 13 anos.
O pai trabalhava em um cemitério e em um estacionamento da região, enquanto o filho era aluno da Escola das Guaribas, unidade de ensino municipal de Eusébio. Eles estavam a caminho da escola quando foram assassinados a tiros dentro do carro em que trafegavam.

Execução com alvo errado
Com base em inquérito policial, dois policiais militares teriam cometido o crime: Paulo Roberto Rodrigues de Mendonça, apontado como o autor dos disparos, e Halley Handroskowy Magalhães Martins, que estaria pilotando uma motocicleta e auxiliou a ação. Um terceiro policial militar também pode estar envolvido.
Segundo denúncia do MP, os policiais Paulo Roberto e Halley cometeram um equívoco, pois o alvo do ataque seria um jovem cujo endereço era próximo de onde as vítimas moravam. A diferença entre os endereços é de “poucos metros”, conforme o documento de denúncia.
As investigações apontam que o verdadeiro alvo estava envolvido em um roubo a uma empresa situada em Itaitinga, também na região metropolitana de Fortaleza. E que a morte do assaltante pode ter sido encomendada aos policiais.
Em um dos aparelhos celulares apreendidos durante a investigação, foram encontradas várias imagens de consulta aos dados criminais do assaltante no sistema da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Estas pesquisas aconteceram enquanto os policiais estavam no estabelecimento roubado.
O roubo à empresa tinha sido registrado dois dias antes do crime cometido contra Francisco Adriano e Francisco Gabriel. Três homens levaram do estabelecimento um aparelho celular, R$ 5 mil reais e o pagamento quinzenal de um funcionário.
As investigações também apontaram que os dois policiais voltaram ao endereço da empresa depois da morte de pai e filho, sendo encontrados posteriormente com a quantia de R$ 4 mil — o que sugere que eles teriam recebido o dinheiro como pagamento pela execução do crime.
Um boné com a marca da empresa roubada também foi encontrado na residência do policial Halley.

O homicídio
A quantidade de disparos contra o pai e o filho também evidenciou que o adolescente era o alvo principal dos criminosos durante a execução. O laudo pericial apontou que Francisco Gabriel teve 14 perfurações causadas por entradas e saídas dos projéteis. O pai dele tinha apenas duas perfurações.
Os dois estavam dentro de um carro no cruzamento das avenidas Brasília e Cícero Sá, no bairro Parque Havaí, quando os dois policiais chegaram de motocicleta.
O veículo em que estavam as vítimas ficou com várias marcas de tiros no para-brisa, tanto do lado do motorista como do passageiro. A rua onde ocorreu o crime foi isolada, e o trânsito foi desviado.
Gabriel era aluno do 9º ano da Escola das Guabiras, que divulgou uma nota de pesar pela morte do adolescente e do pai.


Fonte: G1

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