Prefeito da cidade de João Dias, Marcelo Oliveira (União Brasil), morto a tiros nesta terça-feira (27) no município da Região Oeste potiguar, renunciou ao cargo meses após a posse e voltou ao comando do município em 2022, sob autorização da Justiça.
O gestor alegou que foi coagido a abrir mão do cargo sob ameaças da sua então vice-prefeita, Damária Jácome e do pai dela, Laete Jácome, que era presidente da Câmara Municipal. Damária também concorre ao cargo de prefeita do município em 2024 pelo Republicanos.
A renúncia de Marcelo Oliveira foi entregue em julho de 2021, meses após a posse. Posteriormente, o gestor foi à Justiça pedir que fosse reconduzido ao cargo. A defesa afirmou, no pedido, que o prefeito sofreu "coação moral irresistível consistente em ameaças de morte à sua pessoa e à sua família" e, por isso, havia deixado o mandato.
Em outubro de 2022, uma decisão da desembargadora Maria Zeneide Bezerra, da Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça, determinou o retorno imediato de Marcelo Oliveira ao cargo.
Em dezembro do mesmo ano, Damária e Laete Jácome foram afastados dos cargos e tiveram mandados de prisão expedidos pela Justiça, dentro de uma operação que investigava a extorsão contra o prefeito.
Segundo o Ministério Público, que deflagrou a operação Omertà, além da vice-prefeita e do presidente da Câmara, as ameaças sofridas pelo prefeito eleito eram feitas pelos irmãos dela. Dois deles morreram em confronto com a polícia durante o cumprimento de mandados de prisão por tráfico de drogas na Bahia. O MP também informou que o núcleo familiar era investigado por outros crimes.
Fonte: G1
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