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terça-feira

Mãe acusada de esfaquear mulher que estuprou sua filha de três anos é absolvida no interior do CE

O caso ocorreu em junho de 2013, mas o julgamento só aconteceu em 28 de novembro de 2024. À época, a mulher tinha 35 anos e fazia faxina em uma casa quando tudo ocorreu.
Uma mãe acusada de tentativa de homicídio após esfaquear uma mulher que estuprou sua filha de três anos foi absolvida após júri popular em 28 de novembro de 2024. O caso ocorreu em junho de 2013 na cidade de Crateús, interior cearense.
Defendida pela Defensoria Pública do Ceará (DPCE), ela teve sua inocência reconhecida após responder pelo processo por 11 anos. Na época, a mulher tinha 35 anos e fazia faxina em uma casa quando o crime sexual ocorreu.
De acordo com informações da Defensoria Pública, no dia do caso, sem ter como deixar a filha em casa, a mãe precisou levá-la ao trabalho. Enquanto tomava banho, antes de ir embora, ouviu o choro da filha de três anos.
Ao sair do banheiro, encontrou a menina ferida, com sinais de violência sexual. Segundo a defesa, a casa onde o crime sexual ocorreu pertencia a um homem que "permitia que mulheres em situação de prostituição usassem drogas no local".
“Uma dessas mulheres que o homem permitia que frequentassem a casa para consumir drogas cometeu o abuso sexual. A mãe, vendo a filha naquela situação, reagiu com duas facadas na agressora. Foi uma reação desesperada diante do sofrimento extremo da filha”, explica o defensor público Vagner Júnior, que atuou no caso.
A mãe, então, foi acusada de tentativa de homicídio pelo Ministério Público do Ceará (MPCE). O processo arrastou-se por anos e o julgamento ocorreu ao fim de novembro deste ano.
“Ela deixou claro que estava trabalhando, fazendo faxina na casa, e foi nesse dia que essa pessoa que usava drogas no local abusou da garota. Nesses mais de 11 anos de processo, seria muito fácil esquecer detalhes, mas ela lembrava de tudo daquele dia e admitiu que fez porque viu a filha sofrendo”, complementou Vagner.
O defensor Rafael Piaia também atuou na sessão do júri popular. “Levamos como estratégia mostrar como esse tempo impactou de forma negativa na vida dessa família, que ficou um trauma psicológico para todos, que a criança precisou de assistência médica por muito tempo e a mãe permaneceu em profundo sofrimento, além de ser a única responsável financeira pela família de cinco filhos, enfrentando todo tipo de adversidade. Em 11 anos de processo, ela já foi punida pela vida”, disse.
No julgamento, o MPCE pediu a desclassificação para lesão corporal grave, mas a Defensoria sustentou a absolvição, considerando o longo processo, a vida de subsistência da mãe e o contexto no qual o crime ocorreu.

Fonte: G1

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